Miguel Serras Pereira
(Porto, 1949)
Tradutor, ensaísta e poeta.
Passou a infância em Abrantes e fez os estudos secundários e superiores em Lisboa, onde se licenciou em História, tendo participado activamente na vida associativa enquanto dirigente da pró-associação de estudantes da Faculdade de Letras em 1968-69.
Como tradutor, o seu trabalho foi por duas vezes reconhecido com o Grande Prémio de Tradução da Associação Portuguesa de Tradutores e do Pen Club, primeiro em 1989 (ex aequo com Pedro Tamen), com a tradução de Os Meteoros, de Michel Tournier, e novamente em 2005 (ex aequo com José Bento), com a tradução de Dom Quixote de La Mancha, de Miguel de Cervantes. Traduziu, entre outros autores: Proust, Virgínia Woolf, Kundera, García Marquez, Vargas Llosa, Arendt, Steiner, Bourdieu, Castoriadis, Pontalis e Rimbaud.
A vasta produção ensaística de Miguel Serras Pereira, dedicada à crítica literária e à reflexão política de cunho libertário, tem sido publicada em diversas revistas e livros.
A sua obra poética está representada em revistas e suplementos literários, em diversas colectâneas e antologias, e foi publicada em livro, destacando-se os títulos Corça (1982); Todo o Ano (1990); Trinta Embarcações para Regressar Devagar (1993) e O Mar a Bordo do Último Navio (1998).
Em 2020, reuniu os seus poemas em À Tona do Vazio & Reprise, colectânea que teve a sua segunda edição em 2022. A Foz até ao Fundo (ed. Exclamação, 2023), é o seu mais recente livro de poemas.
E já mesmo no fim, deixo um breve poema de três versos, que irrompem de repente, como se o inconsciente nos falasse assim, muito de súbito, “no avesso da memória” ou nesse lugar desconhecido de nós próprios onde só a poesia nos consegue ainda dizer alguma coisa:
Raparigas bravias ociosamente
De súbito no avesso da memória
Que esplende no desejo que não lembra
Fernando Pinto do Amaral, do “Prefácio”
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